Há tempos não escrevo nada sobre o Lucas, apesar do blog ser dele e foi feito pra contar exatamente o que se passa, fiquei adiando para contar os fatos e esperando para ter algo de bom para postar.
Desisti!! e hoje vim aqui para contar como está meu Lucas...
Neste exato momento, graças a Deus, dormindo.
Há umas 3 semanas atrás o Victor pegou catapora. Minha mãe ficou asustada, dizendo que era muito ruim, então me preparei psicologicamente para o pior. Os dias foram passando e pequenas bolhas apareciam, pelo seu corpo, mas logo estouravam e secavam. O médico nos alertou que ele poderia ter febre e passou medicação para aliviar a coceira, que aliás foi mínima, tanto que ele só usou a medicação por um dia.
Nisso, ficamos ansiosos esperando que logo em seguida o Lucas pegasse a catapora do irmão. Acabou que o Victor sarou, antes mesmo do feriado. E nós já tranquilos e contentes porque o Lu estava ótimo.
Domingo começaram a aparecer umas pintinhas, e pensei: Acho que afinal ele terá catapora. Mas ainda assim fiquei tranquila pois o Victor nem sofreu com isso. Segunda as pintinhas eram pequenas bolhas e a noite ele teve febre e ficou caidinho, na terça eram bolhas enormes que até dá uma angustia de ver e a febre estava mais alta, 38,7 C e já não conseguiu comer direito. Ontem a noite não conseguiu dormir, acordamos de uma em uma hora, quase perdemos a hora de levar o Victor pra escola. Acordou as 07:00 e não conseguiu mais dormir e nem assistir seus desenhos. Passou a manhã inteira gemendo dizendo que estava doendo.
Sabem, eu não queria descrever esses momentos. De fato isso me ajuda, assim ponho pra fora um pouco da angustia que sinto ao ver meu filho se contorcendo de dor, mas ao mesmo tempo é difícil, por ter que relembrar, por mostrar que minha vida não é só coisas boas... Também hoje me sinto até comprometida comigo mesmo de passar pras pessoas como é a vida de uma criança como o meu filho e o que ele sente e também sua família. Espero que ninguém trate essas crianças e suas famílias com pena, e sim com respeito por tudo o que passam, pois não é fácil, muito bom, mas nada fácil.
Já ouvi reclamações de amigos do orkut porque eu deletava aquelas mensagens prontas que se mandam pra todos os amigos ao mesmo tempo e também por eu não responder os seus recados. Confesso que fiquei extremamente chateada com isso, pois vejo nessa pessoa uma tremenda falta de sensibilidade. Imagino que ela queira e necessite de atenção, mas não precisamos cobrar desta forma e principalmente por não conhecer como é a vida da pessoa. Tenho muitos amigos e dia ou outro preciso de atenção e carinho, mas jamais cobrei isso deles. Assim como eu tenho os meus problemas sei que todos têm e por isso não acho justo ficar cobrando.
Sei que como mãe do Lucas, ainda passarei por momentos críticos no decorrer da nossa vida, e essa fase que ele se encontra é muito delicada.
Como sabem ano passado ele passou por um período de depressão profunda, ele só queria dormir, quando acordado não queria ir pra rua, não queria ver ninguém, quando tinha algum evento ele chorava, chorava do nada... e só assistia um mesmo desenho (hot wheels) é uma corrida onde os pilotos enfrentam muitos desafios, e em um episódio o chefe da corrida sofre um acidente e fica tetraplégico (como ele) após usa uma roupa parecida com um robô que o faz andar. Creio que ele acreditou naquela possibilidade e pensou que um dia iria andar. Nós conversavamos muito mas eu não havia pensado nisso e com o tempo ele saiu dessa crise e voltou a ser uma criança alegre.
Há mais ou menos um mês e meio ele ganhou a cadeira nova. Ligaram pra nós em um dia pra retirar no outro. O Fabio foi buscar todo apreensivo e chegou feliz pois a cadeira é prática e linda. Ele estava no quarto asistindo tv e fomos buscá-lo pra que ele visse sua nova cadeira. Pensamos que ele ia rir e querer andar nela mas pra nossa infeliz surpresa ele começou a chorar. Dizia que não queria aquela cadeira... que queria andar.... imaginem só o que senti... nem sei o que dói mais, dores físicas ou a dor de saber que você nunca irá andar???
Havia um nó enorme na minha garganta, meu marido tentando distraí-lo e eu tentando fazer com que colocasse a dor que estava sentindo pra fora. Era um choro difícil de ouvir, de muita dor. Parece que naquele momento ele "percebeu" que não iria andar mais, é como se ele acreditasse que iria conseguir e quando viu a cadeira pensou: eu não vou mais andar, estão me trazendo mais uma cadeira.
Dói, lembrar disso, e saber que você não pode fazer nada.... quanta inpotência!!! nessas horas me sinto um lixo humano. Nessas horas a morte passa a ser uma saída, não pra mim, mas pra ele, quantas vezes já pedi pra Deus acabar com a dor dele, seja de que forma for... parece loucura mas não quero ver meu filho passar por isso a vida toda. Ver uma criança sofrer e ainda mais sendo o meu filho, isso sim é loucura, afinal ele é só uma criança. E foi o que já ouvi de um médico - ...vai ser assim o resto da vida!! Eu me recuso a aceitar isso. Sei que não existe resposta mas as vezes pergunto: porque com ele?? porque a catapora do Victor foi fraquinha e com ele está sendo forte... porque ele tem que sofrer tanto...porque... porque????
Antes disso ainda houve um dia em que ele pegou uma virose e ficou muito mal, viroses que o irmão também pegou mas sofreu pouco. Depois eu posto sobre isso.
Só posso crer que nada, nada disso é por acaso. Preciso acreditar que existe um grande propósito em tudo isso. E acima de tudo, preciso acreditar que meu filho será muuito feliz, pois hoje é tudo que quero pra ele.
Quero deixar um grande abraço pra todos, agradecer a visita da Lidia, logo, logo vou conhecer seu blog e também vou falar sobre a Priscila viu Karen. Aliás que mundo pequeno não??? rs rs
Glaucia mãe do Caio e Victor um grande beijo amiga, estou com saudades, espero que estejam bem.
Bjão também pra Cris e Glauce
Desisti!! e hoje vim aqui para contar como está meu Lucas...
Neste exato momento, graças a Deus, dormindo.
Há umas 3 semanas atrás o Victor pegou catapora. Minha mãe ficou asustada, dizendo que era muito ruim, então me preparei psicologicamente para o pior. Os dias foram passando e pequenas bolhas apareciam, pelo seu corpo, mas logo estouravam e secavam. O médico nos alertou que ele poderia ter febre e passou medicação para aliviar a coceira, que aliás foi mínima, tanto que ele só usou a medicação por um dia.
Nisso, ficamos ansiosos esperando que logo em seguida o Lucas pegasse a catapora do irmão. Acabou que o Victor sarou, antes mesmo do feriado. E nós já tranquilos e contentes porque o Lu estava ótimo.
Domingo começaram a aparecer umas pintinhas, e pensei: Acho que afinal ele terá catapora. Mas ainda assim fiquei tranquila pois o Victor nem sofreu com isso. Segunda as pintinhas eram pequenas bolhas e a noite ele teve febre e ficou caidinho, na terça eram bolhas enormes que até dá uma angustia de ver e a febre estava mais alta, 38,7 C e já não conseguiu comer direito. Ontem a noite não conseguiu dormir, acordamos de uma em uma hora, quase perdemos a hora de levar o Victor pra escola. Acordou as 07:00 e não conseguiu mais dormir e nem assistir seus desenhos. Passou a manhã inteira gemendo dizendo que estava doendo.
Sabem, eu não queria descrever esses momentos. De fato isso me ajuda, assim ponho pra fora um pouco da angustia que sinto ao ver meu filho se contorcendo de dor, mas ao mesmo tempo é difícil, por ter que relembrar, por mostrar que minha vida não é só coisas boas... Também hoje me sinto até comprometida comigo mesmo de passar pras pessoas como é a vida de uma criança como o meu filho e o que ele sente e também sua família. Espero que ninguém trate essas crianças e suas famílias com pena, e sim com respeito por tudo o que passam, pois não é fácil, muito bom, mas nada fácil.
Já ouvi reclamações de amigos do orkut porque eu deletava aquelas mensagens prontas que se mandam pra todos os amigos ao mesmo tempo e também por eu não responder os seus recados. Confesso que fiquei extremamente chateada com isso, pois vejo nessa pessoa uma tremenda falta de sensibilidade. Imagino que ela queira e necessite de atenção, mas não precisamos cobrar desta forma e principalmente por não conhecer como é a vida da pessoa. Tenho muitos amigos e dia ou outro preciso de atenção e carinho, mas jamais cobrei isso deles. Assim como eu tenho os meus problemas sei que todos têm e por isso não acho justo ficar cobrando.
Sei que como mãe do Lucas, ainda passarei por momentos críticos no decorrer da nossa vida, e essa fase que ele se encontra é muito delicada.
Como sabem ano passado ele passou por um período de depressão profunda, ele só queria dormir, quando acordado não queria ir pra rua, não queria ver ninguém, quando tinha algum evento ele chorava, chorava do nada... e só assistia um mesmo desenho (hot wheels) é uma corrida onde os pilotos enfrentam muitos desafios, e em um episódio o chefe da corrida sofre um acidente e fica tetraplégico (como ele) após usa uma roupa parecida com um robô que o faz andar. Creio que ele acreditou naquela possibilidade e pensou que um dia iria andar. Nós conversavamos muito mas eu não havia pensado nisso e com o tempo ele saiu dessa crise e voltou a ser uma criança alegre.
Há mais ou menos um mês e meio ele ganhou a cadeira nova. Ligaram pra nós em um dia pra retirar no outro. O Fabio foi buscar todo apreensivo e chegou feliz pois a cadeira é prática e linda. Ele estava no quarto asistindo tv e fomos buscá-lo pra que ele visse sua nova cadeira. Pensamos que ele ia rir e querer andar nela mas pra nossa infeliz surpresa ele começou a chorar. Dizia que não queria aquela cadeira... que queria andar.... imaginem só o que senti... nem sei o que dói mais, dores físicas ou a dor de saber que você nunca irá andar???
Havia um nó enorme na minha garganta, meu marido tentando distraí-lo e eu tentando fazer com que colocasse a dor que estava sentindo pra fora. Era um choro difícil de ouvir, de muita dor. Parece que naquele momento ele "percebeu" que não iria andar mais, é como se ele acreditasse que iria conseguir e quando viu a cadeira pensou: eu não vou mais andar, estão me trazendo mais uma cadeira.
Dói, lembrar disso, e saber que você não pode fazer nada.... quanta inpotência!!! nessas horas me sinto um lixo humano. Nessas horas a morte passa a ser uma saída, não pra mim, mas pra ele, quantas vezes já pedi pra Deus acabar com a dor dele, seja de que forma for... parece loucura mas não quero ver meu filho passar por isso a vida toda. Ver uma criança sofrer e ainda mais sendo o meu filho, isso sim é loucura, afinal ele é só uma criança. E foi o que já ouvi de um médico - ...vai ser assim o resto da vida!! Eu me recuso a aceitar isso. Sei que não existe resposta mas as vezes pergunto: porque com ele?? porque a catapora do Victor foi fraquinha e com ele está sendo forte... porque ele tem que sofrer tanto...porque... porque????
Antes disso ainda houve um dia em que ele pegou uma virose e ficou muito mal, viroses que o irmão também pegou mas sofreu pouco. Depois eu posto sobre isso.
Só posso crer que nada, nada disso é por acaso. Preciso acreditar que existe um grande propósito em tudo isso. E acima de tudo, preciso acreditar que meu filho será muuito feliz, pois hoje é tudo que quero pra ele.
Quero deixar um grande abraço pra todos, agradecer a visita da Lidia, logo, logo vou conhecer seu blog e também vou falar sobre a Priscila viu Karen. Aliás que mundo pequeno não??? rs rs
Glaucia mãe do Caio e Victor um grande beijo amiga, estou com saudades, espero que estejam bem.
Bjão também pra Cris e Glauce
Comentários
Só posso te dizer que como vc eu também não entendo muitas coisas que acontecem comigo, com vc, enfim com essas crianças. Mas sei que Deus estará sempre do seu lado lhe sustentando.
Sinta-se abraçada e amada por uma mãe que conhece a sua dor.
beijos pro lu e pro victor.
AMO VCS
GLÁUCIA
VITINHO
CAIO
Imagino como deve ser dificil tudo o que está passando,me coloco em seu lugar,nós mães fariamos QUALQUER coisa pelos nossos filhos e o sofrimento deles nos dói por dentro.Mas tudo neste mundo não é por acaso,sua missão é grande, não apenas com o Lu, mas com mtas outras crianças e percebo que vc já sente isso.
Espero e torço p/ que o Lu se recupere logo,logo.
Qdo quizer conversar estarei sempre aqui.
Beijos p/ vc e os meninos
Karen
Um grande beijo.
Posso imaginar seu sofrimento ao ver o sofrimento do Lucas. Posso imaginar sua impotência diante da dor de seu filho. E nem preciso imaginar para saber que assim como eu, você se pergunta sempre, Por que?, Por que?, Por que?...
Querida Antónia, mesmo sem termos essas respostas, acredito que nossa missão é cuidar de nossos filhos da melhor forma que pudermos, dar-lhes todo o nosso amor e do resto, a vida há de se encarregar.
Receba o meu abraço forte e demorado.
Com minha admiração e carinho.
Mais só vi hoje,pois estava sem net...
Deixei um comentario no post do premio.
Vc é um grande exemplo de ser humano...
Te admiro muito....
Quando percebi seu sumiço, imaginei que estivesse acontecendo alguma coisa mesmo. Imagino sua dor ao ver o Lucas tão deprimido com toda essas dificuldades, mas tenha fé, minha amiga. Tenha fé em Deus. Não peça a ele para levar seu filho. Peça que ele mostre a vcs um meio de fazer com que o Lucas se sinta útil, importante, inteligente, apesar de todos os problemas. Com o tempo ele mesmo vai perceber isso. Estou rezando por vcs. Sei que Deus tem um propósito com tudo isso. E Ele não abandona seus filhos jamais! Beijos em todos vcs!
Desde ontem eu não paro de pensar em vcs e no Lucas. Todas as vezes que meus pais compravam uma cadeira nova eu ficava desse jeito. Meio revoltada. Mas, depois passava. Sei que os pais vêm super alegres mostrando a novidade, achando que os filhos vão achar legal. Mas, é normal que no início a gente não goste muito da idéia. Então, quando fizerem uma compra assim, qualquer coisa nova que o Lucas for usar nesse sentido, mostrem pra ele, diga que aquele acessório vai ajudá-lo, mas que ele pode experimentar por um tempo e se não gostar vcs trocam por outro. Assim ele vai se sentir mais aliviado e vcs tbm. Acho que vai dar certo. Espero que seja uma dica útil.
Beijos. Fiquem com Deus!