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Todos os meses faço compras no Carrefour Ipiranga. Como não tenho carro, levo as compras pra casa, de táxi. O ponto fica no próprio estacionamento do mercado.
Nunca tive qualquer problema com táxis, mas no mês passado descemos para o ponto com as compras como de costume, peguei o Lucas no colo enquanto o Fabio ia colocar a cadeira no carro para o Lucas sentar. Nisso o motorista diz que a parte de cima da cadeira (onde o Lucas vai sentado) tinha que ir no porta malas, pois a cadeira ia rasgar o banco do carro dele. Imediatamente o Fabio vira pra mim e diz para irmos no táxi de trás, pois o motorista se recusou a por a cadeira do Lu no banco. Sem questionar eu fui. Confesso que assim como o meu marido eu não gostei, mas resolvi deixar pra lá.
Este mês novamente estamos nós descendo para o estacionamento com o carrinho de compras e as crianças. Quando encostamos no táxi vimos que era o mesmo do mês anterior que se recusou levar a cadeira. Mais uma vez não questionamos e fomos para o táxi de trás. Ele nos avisa que o motorista foi ao banheiro e já voltava, então, ficamos aguardando.
Cerca de um minuto depois o motorista desaparece. Ficamos esperando e até cheguei a brincar com o Fabio que devia estar difícil pra ele sair do banheiro, pela demora.
Mal fecho minha boca e eis que surgem os dois taxistas. Vinham conversando mas não ouvi o que era. O motorista que iria nos levar, já chegou dizendo que não sabia se ia caber nossas coisas no carro pois tinha umas compras dele pra levar. Achei estranho mas mesmo assim peguei o Lucas no colo e entrei no carro, junto com meu pequeno. O Fabio foi colocando a parte de cima no banco para o lucas sentar e o motorista (assim como o primeiro) disse que a cadeira não iria no banco, pois poderia rasgar. Meu marido abre a porta e fala: amor desce, vamos tomar um táxi lá fora, ele não pode nos levar, acha que a cadeira vai furar o seu banco.
Eu até então estava tranquila, mas ao ouvir aquilo não deu pra me segurar.
Saí do táxi olhando bem no olho dele e perguntando o porque de não querer levar a cadeira.
Pelo que percebi ele não esperava que minha reação fosse aquela.
Mal abriu a boca e falou: não... mais eu coloco as compras lá na frente.... todo sem graça e tentando se justificar.
Eu estava muito nervosa e cheguei a pegar meu celular pra ligar pra polícia, mas ainda bem que pensei duas vezes. Acho que seria pior para o Lucas levar aquela situação ao extremo, naquele momento.
O Fabio saiu pra chamar outro táxi lá na rua mas antes chamou o segurança do mercado que estava lá no estacionamento. Ele veio e pedi que chamasse o gerente do mercado.
Nisso, os dois bonitões ficaram conversando como se fossem os donos da verdade e eu ainda tive que ficar ali perto dos dois.
Quando o gerente desceu a primeira pergunta que fiz foi o que eles estavam fazendo ali, se era trabalhando ou outra coisa qualquer.
Ao que o gerente me respondeu: não, eles estão pra trabalhar.
Expliquei a situação e ele me disse que ia tomar uma providencia, que de fato isso não poderia acontecer.
Em seguida foi conversar com os dois taxistas. Não deu pra ouvir a conversa. Mas espero que tenha surtido algum efeito.
Meu marido tirou fotos das placas e no dia seguinte fui a delegacia prestar uma queixa contra os dois.
O escrivão colocou o Lucas como parte e eu e o Fabio como testemunhas do ocorrido.
Junto a isso vamos fazer uma reclamação deles na prefeitura e aguardar que sejam chamados para depor.
Segundo o escrivão nós é que decidimos se vamos dar continuidade ao processo e de cara lhe respondi que sim. E pretendo manter minha palavra.
Não sei o que vai acontecer, mas espero que de alguma forma eles mudem o comportamento. Já que não querem fazer o que é certo por bem, então que sejam obrigados a isso.
Não quero que outras pessoas passem por situações tão constrangedoras...
Imaginem um cego que tem cão guia precisando de um táxi e o taxista dizendo que o cachorro vai sujar seu carro??...
O pior de tudo, nessa situação, é que meu filho não anda, mas entende o que acontece em sua volta. Já o vi em depressão quando entendeu sua condição fisíca, ele já sofre o suficiente por isso não posso permitir que pessoas tão mesquinhas o faça sofrer mais ainda.

Existe uma frase muito bonita que vi em um filme, acho que o nome é perfume de mulher. E diz assim:

“Houve época em que podia ver....
e vi garotos como estes,
até mais jovens que estes
com os braços arrancados,
as pernas esmagadas.
Mas nada é mais triste
que ter o espirito amputado.
Para isso não há prótese.”


Grande abraço a todos.

Comentários

Anônimo disse…
Parabéns amiga pela sua atitude e coragem! é isso mesmo vá adiante com a queixa sim! Os nossos filhos só tem a nós pra lutar pelos direitos deles. A atitude desse motorista foi um absurdo!

(se precisar de mais alguém pra depor é só falar pego o primeiro avião)
bjs
Gláucia Aguiar
Ficamos indignados em ler uma situação dessas, mas infelizmente as pessoas são assim, costumam olhar só para seu umbigo. Já que o cara achava que a cadeira ia furar o seu carro, então que arrumasse alguma proteção para o banco, em vez de recusar a corrida, em vez de recusar a entender que era uma situação especial, que era uma exceção.
Não conseguem se colocar na situação do outro, infelizmente nós seres humanos agimos desta forma.
Mas a sua reação é a correta. Tem que denunciar sim uma criatura dessas, ela ainda não está preparada para trabalhar com o público.
Uma vez eu ouvi uma frase que dizia assim, OU VOCÊ APRENDE AS COISAS POR AMOR OU PELA DOR.
Este taxista vai aprender pela dor.
Parabéns Antônia, o Lucas não poderia ter pais melhores do que vocês.
Beijocas
Ana Cláudia disse…
Vocês fizeram muito bem e a frase de enderramento não poderia ser mais adequada: é isso que eles são, amputados de sentimentos e sem prótese...
pobres coitados!
Anônimo disse…
oi.tenho um filholeao,com pc,o pedro,achei esta situação ridicula.temos sempre q proteger as crianças e fazer valer os direitos.infelismente as perssoas sao ignorantes e egoistas

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