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Olá!!

Estamos chegando ao final de mais um ano. Hoje não vim aqui pra falar do natal mas de outro assunto. Confesso que não queria postar aqui esse texto mas vou fazê-lo. Já é a quinta vez que alguém vem falando de termos pra mim... mas eu na verdade prefiro discutir sobre que lugar podemos levar nossos filhos pra passear, se podemos tentar enviar um projeto de adaptação dos brinquedos no parque Ibirapuera... enfim... aí vai o texto:


Minha Opinião

Antônia Yamashita

Alguns pais de crianças com deficiência, recebem a notícia logo que a criança nasce. No meu caso foi diferente até porque quando o meu filho nasceu não se tinha certeza do que iria acontecer, se ficaria com alguma seqüela e qual seria.

Demorou para eu perceber que meu filho era deficiente. Até porque ninguém o chamava assim. No início com toda a minha ignorância sobre o assunto eu só sabia que meu filho havia tido uma Paralisia Cerebral e que com mais de dois anos, sequer sentava sozinho.
Foi analisando o nome da instituição que fazia seu tratamento que percebi isso. O nome da instituição?? Associação de Assistência a Criança Deficiente. Depois de analisar esse nome, nenhuma dúvida a mais...

O tempo foi passando e sempre tive consciência de que meu filho era deficiente e assim será. Conforme eu acompanhava o seu desenvolvimento, via também que ele precisava de todo um cuidado especial. Suas necessidades não eram básicas como as de crianças que tem seu desenvolvimento de forma natural (normal). Logo vi que meu filho tinha e teria Necessidades Especiais.

No início, não me deparei com situações de discussão de termos e “títulos” que dão as crianças e pessoas como o meu filho. Exceto no dia em que uma mãe de um jovem tetraplégico (assim como meu filho) quase me bateu quando eu disse que eles não eram “normais”. - Por favor, não me interpretem mal. Quando digo que não são normais, digo a nível de desenvolvimento. Afinal, se o desenvolvimento do meu filho Lucas fosse igual ao desenvolvimento do meu filho Victor (que não tem nenhuma deficiência), o Lucas estaria sentando, andando, correndo... ele ligaria a TV, comeria sozinho, iria ao banheiro (não usaria fralda, pois o Victor deixou de usar aos dois anos)... Portanto, se não é igual, se não é natural, é diferente, é anormal...

Ultimamente tenho me deparado com essas discussões. Esse não é termo certo... essa não é a nomenclatura correta... sinceramente. Isso é uma bobagem!!!
Me espanta esse tipo de discussão, porque pra mim fica a impressão de que as pessoas estão mais preocupadas em saber o termo certo a saber lidar, tratar, conviver com essas pessoas.
Sem contar que eles mudam com uma rapidez... lembro que há um tempo atrás era Pessoas Portadoras de Deficiência, depois comecei a ver muito Pessoas portadoras de Necessidades Especiais, agora é simplesmente Pessoas com Deficiência.
Vale dizer que é até difícil acompanhar tais mudanças e ainda hoje há pessoas que usam todos esses termos que acabei de citar...

Eu não posso me apegar a teorias, afinal não foi com isso que cresci enquanto ser humano e não foi com isso que ajudei meu filho a ser o que é hoje. Pelo contrário, na época em que meu filho nasceu e nos seus primeiros anos penei em busca de livros e textos que me orientasse quanto aos meus sentimentos enquanto mãe de uma criança com deficiência e quanto ao cuidado que deveria ter com ele.
Eu não encontrei nada... percorri longos anos sozinha com minhas idéias e intuições de mãe para chegar até aqui. Já encontrei vários livros, mas destes nenhum nos ensina o caminho, apenas nos ajuda a encontrar um.

Abomino os termos chulos, mas também não me apego a uma coisa que pra mim vem em segundo plano. Enquanto mãe, ficarei grata se as pessoas souberem que podem e devem conversar com o meu filho, respeitando o fato de ele ser uma criança como qualquer outra, com a diferença de que não anda sob seus pés e sim sobre rodas.

Quanto a como chamá-los. Começamos pelo nome e se é pra falar do grupo de pessoas por que não dizer que necessitam de cuidados especiais?? Meu filho precisa de objetos adaptados, cama especial, colchão... e de atenção redobrada (e olha que sou uma mãe menos “zelosa” do que muitas. Um exemplo disto é que meu filho dorme em seu quarto junto com seu irmão, enquanto muitos pais dormem com a criança na mesma cama por ela necessitar de cuidados especiais).

Por último, quero dizer que sempre que participo ou simplesmente vejo essas discussões, fico me perguntando: será que essas pessoas que criam esses “títulos”, “rótulos” e os que fazem questão que sejam seguido a risca, sabem o que é carregar o estigma de ser diferente, fora do padrão estabelecido pela sociedade (que as vezes parece pensar que é puritana), aonde quer que vá e pelo resto da vida??

Desculpem o desabafo...

Obs.: O termo correto é "Pessoas com deficiência" são aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas.
Essa é a definição da ONU.


Grande abraço a todos e feliz natal!!!

Comentários

Anônimo disse…
Amiga concordo com vc. O mais importante não é maneira como são chamados, mas a maneira como são tratados.
Feliz natal pra sua família que considero parte da minha.

NÃO SEI SE PAPAI NOEL VAI APARECER... MAS COM CERTEZA PAPAI DO CÉU NÃO VAI FALTAR NA NOITE DE NATAL, E EM TODOS OS DIAS DA SUA VIDA.
BJS
AMO VOCÊS !

Glaucia, Vitinho e Caio
Bárbara disse…
Oi Antonia!!! Feliz ano novo para essa familia linda !
Estava de ferias, por isso a minha ausencia, mas aqui estou para deseja-los o melhor de 2009, 2010, 2011... e que seja sempre anos de vitorias e conquistas !
E sempre que lembrar de mim não exiite em me visitar, é e sempre será uma honra recebe-los !!!
O seu desabafo é justo e nós estamos aqui para isso, dividirmos experiencias e desabafos !
E é muito construtivo para todos que possam compartilhar certas experiencias que nos parece tão distantes, mas tão necessarias para outras pessoas que nada mais são que nossos semelhantes, e por isso, quanto mais pessoas tomarem conciencia de fatos como esse de que tem que haver todos os tipos de adaptações urbanas e lazer viaveis para essa pessoas tão especias, que eu tenho certeza que com a maioria lutando junto vamos conquistar esse espaço para todos sermos iguais !

Feliz 2009, vc moram no meu coração !!!
zel disse…
OI ANTONIA,EU SOU MÃE DE UMA CRIANÇA ESPECIAL,HOJE ELE JÁ É UM ADOLECENTE POIS TEM 17 ANOS.ANTONIA,PORQUE VC RETIROU O VIDEO.A CHEGADA DE UMA CRIANÇA ESPECIAL NA FAMILIA?VC RETIROU DO YOUTUBE PORQUE?ELE É MUITO LINDO E MERECE QUE TODAS AS PESSOAS O VEJAM.TODAS AS VEZES QUE O VI,FIQUEI MARAVILHADA COM TANTA COISA LINDA,UMA LIÇÃO DE VIDA MOSTRADAO ALI COM TANTA SIMPLICIDADE.ADOREI O VIDEO,ELE FOI RETIRADO DO YOUTUBE E NÃO ENTENDI O PORQUE.BEIJOS PARA VC E SUA FAMILIA QUE É MUITO LINDA.MEU EMAIL zeli.vanderlei@hotmail.com. BEIJOS ANTONIA E FIQUEM COM DEUS.

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