Várias vezes me perguntaram como é ser mãe de uma criança com
deficiência e eu costumo dizer que é um misto de sentimentos, que vivemos de
altos e baixos em um sobe e desce constante.
Agora em julho, mês de férias, temos crianças alegres, brincando a todo vapor. Pura diversão! Eu e Fabio ficamos felizes com as férias e a alegria do Victor brincando com seus amigos, sem se preocupar com as lições, passeando na casa da tia... mas ao mesmo tempo uma onda gigante de pavor nos consome enquanto nos vemos impotentes sem achar uma solução para que Lucas se divirta pelo menos um tantinho do que o irmão...
Nosso maior sonho é tão simples, queríamos apenas que ele pudesse segurar o controle do vídeo game e jogar seu jogo de futebol, que pudesse tocar sua cadeira de rodas e acompanhar o irmão quando fosse para a rua, ainda que não conseguisse correr junto com ele.
Hoje acordei muito bem, disposta a viver mais um dia com intensidade mas como de costume vem aquele sentimento, velho conhecido de quem tem filho com maiores limitações, e tira todo o meu ânimo e com ele o dia parece mais uma sessão de filme de terror.
No meio desse misto de emoções que foi o dia me perguntei o que me fez ficar assim e a resposta veio imediatamente, fria como um balde de gelo: As limitações físicas de Lucas e a minha impotência diante do seu tédio, da sua vontade de sair de casa para ir para rua, de poder jogar o jogo que gosta, de dormir na casa das tias... de poder ser livre, de não depender do pai e da mãe para tudo.
Para ele, pequeninas coisas como um tempo de dedicação, seja para um simples bate papo ou uma sessão de filme de ação são tão importantes e ainda assim é tão difícil achar alguém disposto a dar tão pouco! E fico me questionando o que eu como mãe posso fazer para mudar essa realidade? Eu doaria meu corpo, eu doaria minha vida para não vê-lo implorando por um pouquinho de atenção das pessoas.
E com isso, inevitavelmente, fica uma percepção infeliz de que o ser humano é mesmo uma peça mesquinha...
As vezes acho injusta essa situação onde parece que só eu me beneficio. Aprendo tantas coisas com meu filho e o que é fundamental na vida dele eu não posso dar... ele foi gerado em meu ventre, eu o trouxe a este mundo colocando força para que nascesse mas não sou capaz de lhe fornecer o necessário para que viva sem mim!!
Minha oração a Deus é que minhas forças sejam renovadas e a de todos os pais que compreendem bem o que estou sentindo. E principalmente que meu filho e todas as pessoas que vivem da mesma maneira que ele possam encontrar a felicidade e a vontade de acordar para mais um dia com um sorriso e uma boa dose de disposição.
É por isso e por muitas outras coisas que admiro cada sorriso que brota no rosto de Lucas e não só dele mas do João, do Daniel, do Caio, da Bianca, da Marina, do Gabriel, da Daniela...
Vocês são os meus mestres!
Agora em julho, mês de férias, temos crianças alegres, brincando a todo vapor. Pura diversão! Eu e Fabio ficamos felizes com as férias e a alegria do Victor brincando com seus amigos, sem se preocupar com as lições, passeando na casa da tia... mas ao mesmo tempo uma onda gigante de pavor nos consome enquanto nos vemos impotentes sem achar uma solução para que Lucas se divirta pelo menos um tantinho do que o irmão...
Nosso maior sonho é tão simples, queríamos apenas que ele pudesse segurar o controle do vídeo game e jogar seu jogo de futebol, que pudesse tocar sua cadeira de rodas e acompanhar o irmão quando fosse para a rua, ainda que não conseguisse correr junto com ele.
Hoje acordei muito bem, disposta a viver mais um dia com intensidade mas como de costume vem aquele sentimento, velho conhecido de quem tem filho com maiores limitações, e tira todo o meu ânimo e com ele o dia parece mais uma sessão de filme de terror.
No meio desse misto de emoções que foi o dia me perguntei o que me fez ficar assim e a resposta veio imediatamente, fria como um balde de gelo: As limitações físicas de Lucas e a minha impotência diante do seu tédio, da sua vontade de sair de casa para ir para rua, de poder jogar o jogo que gosta, de dormir na casa das tias... de poder ser livre, de não depender do pai e da mãe para tudo.
Para ele, pequeninas coisas como um tempo de dedicação, seja para um simples bate papo ou uma sessão de filme de ação são tão importantes e ainda assim é tão difícil achar alguém disposto a dar tão pouco! E fico me questionando o que eu como mãe posso fazer para mudar essa realidade? Eu doaria meu corpo, eu doaria minha vida para não vê-lo implorando por um pouquinho de atenção das pessoas.
E com isso, inevitavelmente, fica uma percepção infeliz de que o ser humano é mesmo uma peça mesquinha...
As vezes acho injusta essa situação onde parece que só eu me beneficio. Aprendo tantas coisas com meu filho e o que é fundamental na vida dele eu não posso dar... ele foi gerado em meu ventre, eu o trouxe a este mundo colocando força para que nascesse mas não sou capaz de lhe fornecer o necessário para que viva sem mim!!
Minha oração a Deus é que minhas forças sejam renovadas e a de todos os pais que compreendem bem o que estou sentindo. E principalmente que meu filho e todas as pessoas que vivem da mesma maneira que ele possam encontrar a felicidade e a vontade de acordar para mais um dia com um sorriso e uma boa dose de disposição.
É por isso e por muitas outras coisas que admiro cada sorriso que brota no rosto de Lucas e não só dele mas do João, do Daniel, do Caio, da Bianca, da Marina, do Gabriel, da Daniela...
Vocês são os meus mestres!
Comentários