Pular para o conteúdo principal

A verdade sobre Linda e Rafael...



Bruna Linzmeyer, atriz que interpreta a Linda da novela Amor a vida e
Sandra Corveloni que faz o papel de Neide sua mãe na novela,
ambas vestidas com a camiseta com logomarca da Mãe Especial
que é a imagem da mãe empurrando o filho na cadeira de rodas.


É impossível não ser tocada por um personagem de novela quando o mesmo aborda um tema que está ligado diretamente a você.
Assim as pessoas vão falando sobre os personagens... o que pensam e no que acreditam...
O que vejo é que as pessoas parecem esquecer que novela é ficção e que por sinal tem retratado muito bem a vida real...
A situação de Linda que muitos dizem não ser assim, pode ser real em algum outro lugar... Existem autistas que são muito mais conscientes sobre a realidade do que muitas pessoas tidas como "normais". Isso depende de muitos fatores... Se essas pessoas e suas famílias tiveram mais acesso a recursos e tratamentos para obter resultados melhores não importa porque o que tem se discutido é se eles são capazes ou não e a resposta é sim, eles são capazes!
O que deve ser considerado é que TODOS nós somos seres únicos com limitações portanto cada ser mesmo submetido ao mesmo tratamento vai responder de uma maneira diferente e tem autistas que nunca chegarão perto de ser como a Linda.
Tem um documentário que passa constantemente no Discovery Channel que me surpreendeu por mostrar autistas daqueles que as pessoas olham e dizem: Esses caras são malucos! mas que se comunicam por meio de um software e dizem coisas que provam que dentro daqueles corpos estranhos existe um ser humano que só deseja ser aceito com suas diferenças. Infelizmente não consegui localizar o vídeo...
Mas o que quero dizer é que as vezes as dificuldades, a demora nas evoluções das crianças nos levam a acreditar que será daquela maneira para sempre, que não há saída para nossos filhos mas eu acredito plenamente na possibilidade de desenvolvimento das crianças com deficiência... as vezes o que falta é apenas descobrir a maneira mais eficaz de estimular, de cuidar, de tratar... que será diferente para cada um...
Muitos pais dizem: Meu filho é grave, ele não consegue... eles não percebem mas essa é uma maneira de limitar o potencial do filho...
Outros pais dizem assim: Meu filho não tem diagnóstico, ninguém sabe como tratar... mas o que acontece também (muito) é que quando encontram um diagnóstico pensam: poxa, meu filho nunca vai conseguir... isso quando os próprios profissionais não falam isso para os pais...
O fato é, com ou sem diagnóstico as dificuldades existem e essas podem ser identificadas independente de se ter um diagnóstico ou não e a partir do momento em que se identifica uma dificuldade deve-se pensar: O que posso fazer para ajudar meu filho a superar essa dificuldade?... e em seguida agir.
Para aqueles que pensam assim, que acreditam e tentam, existe a possibilidade de conseguirem o que parecia ser impossível mas para aqueles que desde o início pensam que não há possibilidade de melhora, a esses resta apenas continuar com as limitações, que poderão piorar com o tempo...
E sobre o romance da Linda e do Rafael que mais parece um anjo de terno, coisa impossível de existir não é?... Pra mim não! Quem conhece minha história sabe que fui mãe do Lucas no seu período de vida mais crítico sozinha enquanto seu pai curtia as baladas, as mulheres, as bebidas... não nos auxiliava com nada, enquanto eu só queria que minha vida acabasse logo de vez porque eu não aguentava mais, então ele voltou e hoje posso dizer que ele é meu Rafael e sem ele, nem sei o que seria... mas tenho certeza, não conseguiria estar aqui escrevendo... se vai durar pra sempre, não interessa, porque hoje a nossa realidade é essa! Uma família realizada!
E pra Linda e pro Rafael, que eles possam viver esse amor "utópico".
Que orgulho de ver essas duas grandes artistas utilizando nosso símbolo, que representa o amor e orgulho que temos por nossos entes queridos e diferentes!
Muito obrigada Bel Kutner, Bruna Linzmeyer, Sandra Corveloni e todos os demais artistas que apoiaram nosso projeto. Em nome da família Yamashita e todas as demais famílias que lutam por respeito as suas diferenças.
Bel Kutner, atriz que interpreta a personagem Joana
na novela Amor a vida, vestida com a camiseta
com logomarca da Mãe Especial que é a
imagem da mãe empurrando o filho na cadeira de rodas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

No facebook é fácil!

Hoje foi dia de trabalho duro. Acordamos bem cedo e contrariando nossa vontade de cuidar do Victor que estava com febre fomos para nosso primeiro compromisso. A pauta, inclusão em um evento político. Entre um auditório lotado estávamos eu, Fabio Yamashita, Sulamita Meninel , Fernanda Terrible e Juliana Trigo esperando ouvir as propostas para a tão sonhada inclusão de nossos filhos na sociedade. Depois fomos para Paulista, apenas uma ida rápida pra fazer um pouquinho do que gostaríamos que era acompanhar toda a passeata do Movimento Superação e fazer o que é tão urgente em nosso país, reivindicar nossos direitos de cidadão. Infelizmente, a passeata foi tão rápido que acabei acompanhando quase todo o percurso. Não havia praticamente ninguém! Fiquei realmente impressionada. Aonde estão as milhares de pessoas com deficiência que vivem brigando com garras e dentes por inclusão na internet e nas redes sociais? Será que é mesmo tão difícil botar o corpo na rua? Porque eu não vejo outra ma...

Porque dói tanto???

Ontem finalmente consegui assistir ao filme que tanto queria ver, Meu pé esquerdo, que conta a história de um rapaz com Paralisia Cerebral que tinha uma mente genial... como eu já imaginava, o filme me prendeu e me emocionou do inicio ao fim. Me vi alí em grande parte do tempo como aquela mãe que tentava ensinar o filho ainda que todas as circunstancias parecessem desfavoráveis, lutando por ele dia após dia enquanto muitos a sua volta a viam como a coitada que carrega um fardo... pobres doentes!! Quantos desses já encontrei em meu caminho... me olhando como se eu tivesse sido premiada por uma grande desgraça. No filme aquele "pobre coitado" conseguiu mostrar o seu valor, realizando conquistas que nem mesmo os mais "premiados" com seus corpos e mentes perfeitos conseguiam. A dor porém fazia parte daquela história assim como se faz presente na minha e do meu filho. Hoje já não surgem perguntas como Porque comigo?? ou afirmações como Eu não deveria ter ...

Voltando...

Estou de mal comigo mesma por estar tanto tempo longe daqui, das minhas coisas, meus textos que é o que mais amo fazer, mas tanta correria atrás de melhorias na escola, doações de fraldas específicas, ufa! como isso leva tempo e cansa... Tenho tantas novidades, mas logo vou fazer as pazes comigo mesma e atualizar "meus dados"... Começando pelas minhas novas madeixas...